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A rua não é uma opção, é a falta dela.

  • Luiz Gabriel Domingos - Publicidade e Propaganda -
  • 27 de abr. de 2016
  • 2 min de leitura

“Cr”, como prefere ser chamado, é mais um desprovido de residência que vive pela rua Augusta, assim como centenas espalhados pelo Brasil.

Nascido em São Paulo, mas a são Paulo de 1971, “o estado que Adoniran Barbosa cantava, e que já falava um pouco sobre a minha vida”. Hoje com tamanha mudança, este já não consegue definir o lugar onde vive.

A rua não é uma alternativa, na verdade é a falta dela, ninguém planeja uma vida vazia.

“Existem bastante projetos, mas não são para todos, é uma malha que vai selecionando”, explica o morador do local. Durante um ano, Cr vivia em um abrigo, mas acontece que existem regras, e uma das condições deste local é apresentar um desenvolvimento.

Conforme o tempo passa, as oportunidades vão desaparecendo. As coisas são muito restritas e o espaço sempre nos limita, em ênfase para aqueles que são desvalorizados pela sociedade.

“A Rua Augusta me trouxe aqui, talvez por sua identidade ou sua tradição que sobrevive a tantas mudanças. Um lugar que você consegue conhecer e se reconhecer, além de possuir a essência da amizade, de ser um ponto de encontro e que foi algo que me cativou. Eu estou aqui para me encontrar também”

É certo que nem tudo é festa, mas aqui na Augusta o clima procura ser mais alegria do que tristeza, uma característica de São Paulo, mais especificamente da rua Augusta.” Quando eu estou dormindo eu sonho que estou me divertindo em algum ponto aqui da rua, curtindo a vida, curtindo a noite e antenado no que está acontecendo”.

“Embora sejam poucas, existem pessoas que ainda pensam no próximo e que exercem o sentimento de compaixão, muitas vezes recebo alimentos de pessoas generosas que vem ao meu encontro, por isso eu escolhi viver aqui.

"Cr" - Foto: Luiz Gabriel Domingos.

 
 
 

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